The
Gunslinger é um livro escrito pelo autor de ficção Stephen King e
revisado por ele mesmo após a conclusão da série A Torre Negra
(aqui se tratando da análise da edição revisada). É reconhecido
como sendo um livro completamente diferente de todos os outros 6 da
série – que totaliza 7 volumes – devido em parte à juventude do
autor e seu pensamento na época em que elaborou tal obra: segundo
ele mesmo em seu prefácio à edição revista, confessa que era
muito mais preocupado com a forma do que com o conteúdo,
influenciado por seminários que escrevia na época.
A
narrativa é feita em terceira pessoa, sendo o narrador onisciente.
Há a presença de diálogos e a trajetória do texto não é
linear, uma vez que ao longo dos capítulos a
narrativa salta do tempo presente para momentos do passado, tanto
distante quanto próximo, no objetivo de esclarecer seus pontos
obscuros. A história em si trata da aventura de um pistoleiro chamado
Roland, cujo objetivo maior é encontrar a misteriosa Torre Negra.
Para atingir seu objetivo, ele
persegue um feiticeiro, a quem O Pistoleiro chama Marten, outros
personagens conhecem como Walter e ambos também se referem como O
Homem Negro. Embora os termos pistoleiro e magia estejam muito
presentes no livro e partes esssenciais da história estejam
envolvidas em torno destes conceitos, existem poucos momentos de
clímax nos quais há o uso efetivo de armas e/ou magia.
O
cenário no qual se passa a história é um mundo pós-apocalíptico
e que se assemelha mais ao passado do que ao futuro. Há pistas
deixadas na narrativa que favorecem o questionamento de que possam
existir outros universos paralelos ou de que talvez este seja um
mundo após a morte, evidências estas sustentadas pelo personagem
Jake, que aparece de supetão na história, e ao que tudo indica veio
parar neste mundo após sofrer um atropelamento na cidade de Nova
Iorque, por obra de Marten. Mesmo o mundo em foco na narrativa ainda
teve alguma prosperidade durante a infância de Roland, na qual ele
foi treinado por Cork – não efetivamente para se tornar um
pistoleiro, mas para aprender a arte do combate e vencer seu
instrutor, ganhando assim a possibilidade de se tornar um pistoleiro
e evitar o próprio exílio caso falhasse. Roland venceu seu mestre muito jovem,
após perceber que Marten estivera abusando de sua mãe e
possivelmente traindo seu pai, mas a narrativa não deixa claro o que
aconteceu depois que ele obteve o direito de portar pistolas, ao
vencer Cork em uma batalha astuta e pouco convencional, tornando-se em seguida o
mais jovem de todos os pistoleiros da história.
Tal
narrativa, rica em detalhes e suspense, obscura e questionadora,
oferece ao leitor mais do que um passatempo. Oferece um quebra-cabeça
insolúvel à primeira vista, que é capaz de prender vorazmente sua atenção e incitá-lo a divagações mais extensas,
relacionadas à vida e ao universo, muito além da história.
Certamente é uma leitura recomendada a todo amante de bons livros de
ficção e, principalmente, àqueles que não se deixam intimidar por
uma narrativa detalhista e nebulosa, a quem gosta de segredos e
desafios e segue lendo para desvendá-los.
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